segunda-feira, 17 de março de 2014

“Rolezinhos” aproximam juventude e política

Por Giovana Meneguim

Das manchetes dos noticiários nacionais a tema de marchinhas de carnaval, os "rolezinhos", encontro de jovens da periferia em locais usualmente frequentados pela elite, chamaram a atenção do país.

O primeiro “rolezinho” a ganhar destaque nos jornais reuniu cerca de 6 mil jovens no estacionamento do Shopping Itaquera, zona leste de São Paulo. Organizado após a prefeitura restringir a realização dos bailes funk de rua, comuns nas regiões periféricas da metrópole, o "rolezinho", ainda que incidentalmente, aproximou o universo do funk ostentação da política ao reacender o debate sobre a necessidade da criação espaços de lazer para a juventude das periferias.

A União da Juventude Socialista (UJS) entrou em contato com Vinícius Andrade, um dos organizadores de "rolezinhos", propondo auxílio no diálogo com o poder público para a conquista de espaços para a realização dos eventos. O jovem, ao saber do envolvimento do grupo com o  Partido Comunista do Brasil (PC do B), revogou sua filiação, pois se sentiu enganado pela instituição, por não ser informado que se tratava de um partido político.

O estudante Walas Francisco, de 16 anos, participou de alguns “rolezinhos” em São Paulo. "É uma forma de se divertir, conhecer pessoas novas, encontrar os amigos. Lá onde a gente mora não tem muita coisa pra fazer". Ao ser questionado sobre o papel dos organizadores, afirma que estes não costumam ter muita influência sobre os outros participantes. "Eles só postam lá no Face, só que como tem muitos amigos, todo mundo fica sabendo e acaba indo".

Para o entrevistado, a atitude da UJS foi desnecessária, pois não acredita que o envolvimento de um partido político possa ajudar. "Eles já estão lá faz tempo, no governo. Se quisessem fazer alguma coisa pra gente, já teriam feito. Não tinha que esperar sair no jornal". O adolescente conclui dizendo que funk, "rolezinhos" e política "não têm nada a ver. Pra mim, é só curtição."

Ainda assim, os "rolezinhos" conquistaram um importante espaço para estes jovens. Após diálogo com a prefeitura de São Paulo, foi realizado, no dia 15 de fevereiro, o primeiro “rolezinho” autorizado no parque Ibirapuera. O evento reuniu cerca de 200 adolescentes, segundo a prefeitura.


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