Por Giovana Meneguim
Das manchetes dos noticiários nacionais a tema de marchinhas de carnaval, os "rolezinhos", encontro de jovens da periferia em locais usualmente frequentados pela elite, chamaram a atenção do país.
Das manchetes dos noticiários nacionais a tema de marchinhas de carnaval, os "rolezinhos", encontro de jovens da periferia em locais usualmente frequentados pela elite, chamaram a atenção do país.
O primeiro “rolezinho” a ganhar destaque nos jornais reuniu cerca de 6
mil jovens no estacionamento do Shopping Itaquera, zona leste de São Paulo.
Organizado após a prefeitura restringir a realização dos bailes funk de rua,
comuns nas regiões periféricas da metrópole, o "rolezinho", ainda que
incidentalmente, aproximou o universo do funk ostentação da política ao
reacender o debate sobre a necessidade da criação espaços de lazer para a
juventude das periferias.
A União da Juventude Socialista (UJS) entrou em contato com Vinícius Andrade, um dos organizadores de
"rolezinhos", propondo auxílio no diálogo com o poder público para a
conquista de espaços para a realização dos eventos. O jovem, ao saber do
envolvimento do grupo com o Partido Comunista do Brasil (PC do B),
revogou sua filiação, pois se sentiu enganado pela instituição, por não ser
informado que se tratava de um partido político.
O estudante Walas Francisco, de 16 anos, participou de alguns
“rolezinhos” em São Paulo. "É uma forma de se divertir, conhecer pessoas
novas, encontrar os amigos. Lá onde a gente mora não tem muita coisa pra
fazer". Ao ser questionado sobre o papel dos organizadores, afirma que
estes não costumam ter muita influência sobre os outros participantes.
"Eles só postam lá no Face, só que como tem muitos amigos, todo
mundo fica sabendo e acaba indo".
Para o entrevistado, a atitude da UJS foi desnecessária, pois não acredita
que o envolvimento de um partido político possa ajudar. "Eles já estão lá
faz tempo, no governo. Se quisessem fazer alguma coisa pra gente, já teriam
feito. Não tinha que esperar sair no jornal". O adolescente conclui
dizendo que funk, "rolezinhos" e política "não têm nada a ver.
Pra mim, é só curtição."
Ainda assim, os "rolezinhos" conquistaram um importante espaço
para estes jovens. Após diálogo com a prefeitura de São Paulo, foi realizado,
no dia 15 de fevereiro, o primeiro “rolezinho” autorizado no parque Ibirapuera.
O evento reuniu cerca de 200 adolescentes, segundo a prefeitura.
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