segunda-feira, 17 de março de 2014

Desejo de fazer parte da elite faz jovem de classe C usar roupas de marca


Por Gabriela Alencar

A utilização de roupas de marca, até pouco tempo atrás, era um privilégio da classe A. Mas, com o crescimento da renda da classe C que agora é de 129,2 bilhões de reais em comparação com a soma das classes A, B e D que é de 99,9 bilhões, como mostra pesquisa do Datafolha divulgada em fevereiro, essa realidade mudou.

Cada vez mais cedo esses jovens, como relata o cantor de funk Guilherme Vinicius, 19, vulgo MC GuiOest, passam a investir em roupas de marca, “para se sentir bem, pois é muito bacana andar sempre na moda”.  Ele também conta que, usa roupas de marca, muitas vezes para ser aceito em determinados lugares, “é muito bom estar bem vestido para ser bem recebido”. 

Isso pode ser percebido nos chamados “rolezinhos”, onde jovens de periferia usam roupas, calçados e assessórios de marca, em locais frequentados pela classe A. Isso gerou descontentamento e até mesmo vergonha por parte de algumas grifes, em relação aos seus clientes de classe C.

Ao ser questionado sobre isso, MC GuiOest afirma que ele e os outros consumidores são importantes para as marcas de roupa, porque elas dependem deles, mas eles não dependem delas. 

Já para a consultora de moda Alba Prizão, “Não existe motivo para se envergonhar. A classe C é um mercado consumidor enorme e existe muito espaço para as marcas crescerem se tiverem este público como alvo. Caso a marca não queira vender para essa classe, ela deve repensar suas estratégias de marketing”.

E por fim acrescenta, “Quando um jovem de classe C utiliza roupas antes destinadas para a classe A, ela mostra que pode fazer parte deste grupo restrito, que também pode consumir aquilo que a elite consome. Isso faz parte do mecanismo do consumo e da moda, não vejo nenhum problema neste desejo”. 

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