Patrocinadora
oficial causa indignação após lançamento de camisetas depreciativas.
Por Flávia K. Mendes e Gabriela
Alencar
Faltando 28 dias para a Copa
do Mundo, o Brasil está em polvorosa. Toda a atenção do planeta será voltada
para nosso país e não podemos fazer feio. Diversas campanhas publicitárias e
produtos foram feitos para promover o Brasil para os estrangeiros, mas uma em
especial se destacou.
A Adidas, colocou diversas camisetas
à venda em seu site americano, porém duas dessas camisetas possuíam estampas
pejorativas, com duplo sentido e com conotação sexual que difamavam a imagem da mulher brasileira.
Coração também pode ser enxergado como nádegas. Foto: Adidas / Reprodução |
Estampa traz expressão que pode significar tanto: "pegar garotas", como"querendo gols". Foto: Adidas / Reprodução |
O professor, Alexandre
Fillietaz comentou o caso afirmando que a talvez Adidas tenha confundindo a sensualidade geralmente associada ao nosso Carnaval com a imagem da mulher como objeto sexual. "Talvez a campanha tenha sido inspirada em valores culturais brasileiros, mas mal interpretados. As
pessoas tem que vir para o Brasil para assistir aos jogos, assistir à Copa e
não para explorar o povo brasileiro".
A coordenadora do blog,
Blogueiras Feministas, Bia Cardoso, também comentou o caso “Acredito que
qualquer coisa que reforce a imagem estereotipada da brasileira para o exterior
é prejudicial e só aumenta o machismo em relação às mulheres”.
É importante lembrar que dados
divulgados pela ONG sueca ChildHood, especializada em proteção à infância, e
entregues à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em
fevereiro, mostram o aumento de casos de exploração sexual de mulheres e crianças
em locais de grandes eventos esportivos. Na Copa da África, em 2010, foi
registrado um aumento de 63% de exploração infantil e de 83% contra mulheres,
no período do evento.
“A mulher brasileira foi objetivada, difamada, como se o país fosse um verdadeiro festival de carne humana pronta para consumo”, declara a ilustradora Evelyn Queiróz,
que faz desenhos de mulheres com corpo fora do padrão, ela também afirma que enxergou a campanha
como uma falta de respeito em nível absurdo.
A antropóloga Debora Diniz,
que escreveu para o Estadão em março, comentou novamente o assunto “O
recado que podemos dar é que não somos mercadoria a ser vendida. E que vamos
pensar muito antes de voltar a comprar algo dessa marca”.
Governo Federal sugeriu alterações nas estampas lançadas pela Adidas. Foto: Reprodução |
Em nota oficial, a Adidas afirmou que as camisetas eram de
uma edição limitada e que estaria disponível para venda apenas nos Estados
Unidos. E também que “os produtos não serão mais comercializados pela
marca".
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